quarta-feira, 17 de março de 2010

Você sabia que o início da Telemedicina tem relação com a corrida espacial e a Guerra Fria?


Imagem em 3D de um embrião humano

Depois da Segunda Guerra Mundial, a partir do final da década de 50, as grandes potências dos Estados Unidos e da ex-União Soviética, durante a Guerra Fria, travaram uma disputa espacial para ampliar seus domínios. Em 1957, um marco da URSS foi lançar o foguete Sputinik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir ao espaço.

Doze anos depois, o homem chegou à lua com a missão espacial norte-americana. A Telemedicina ajudou a garantir a assistência à saúde dos astronautas a milhares de quilômetros da Terra, por médicos da Nasa. O programa de vôos espaciais impulsionou o desenvolvimento de sofisticadas tecnologias de telemetria biomédica, sensores remotos e comunicações espaciais.

Nas Forças Armadas, a Telemedicina também desenvolve importantes projetos com as tropas distribuídas pelo mundo e também com os porta-aviões da Marinha norte-americana. Cada um desses navios gigantes possui 10.000 tripulantes, cujo atendimento médico, em grande parte, é feito "on line" por um hospital militar localizado em Bethesda, Estados Unidos.

O resultado dessas experiências serve como modelo para grandes sistemas integrados de telemedicina pelo mundo, e, entre estes, muitos aplicados ao atendimento de emergências médicas.
Além dos Estados Unidos, vários países vêm tendo expressivo crescimento sustentado no uso da Telemedicina, como Canadá, Austrália e os países escandinavos. Uma iniciativa de destaque é a conexão da Groelândia com a Dinamarca para obtenção de serviços de saúde. Nesses países, devido ao inverno rigoroso, existe um sério problema de locomoção, abrindo caminho à aplicação da Telemedicina na saúde pública.

Na Europa, especificamente na Itália e na Inglaterra, a transmissão de dados para diagnósticos apareceu na década de 70, transformando-se depois em redes que interligavam pequenas cidades a grandes centros universitários. Com o aumento da longevidade nestes países, a telemedicina ajuda principalmente no monitoramento de pacientes idosos, facilitando o homecare e o socorro em emergências, o que leva à redução de custos na área de previdência.

História da Telemedicina USP

Fachada da Faculdade de Medicina da USP

 
A Disciplina de Telemedicina (DTM) da USP foi a primeira criada no país, em 1997. Estuda e pesquisa o uso da tecnologia, da comunicação e da interatividade no desenvolvimento de estratégias educacionais e logísticas para otimizar o sistema de saúde.

A Telemedicina trabalha em três grandes áreas: a assistencial (voltada à prevenção de doenças, melhoria da qualidade de atendimento e serviços oferecidos ao paciente, na qual são utilizados recursos de teleassistência e televigilância para monitorar e acompanhar a ocorrência de epidemias etc); a teleducação interativa (melhorar a qualidade da formação dos estudantes, da educação médica continuada e da população em geral) e a pesquisa multicêntrica (une grandes centros de pesquisa).

A DTM da USP já formou 11 doutores e quatro mestres e hoje conta com o primeiro médico residente em Telemedicina. As linhas de pesquisa incluem o uso sustentável da tecnologia para promoção de saúde, com enfoque nos ramos de atuação de cada profissional. Hoje existem 25 instituições com Telemedicina no Brasil.